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Intendente Magalhães

Difícil é o Nome divulga sinopse do enredo

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A Difícil é o Nome divulgou no domingo, 23 de abril, a sinopse do enredo Ojuobá – O senhor da justiça e da igualdade, que será desenvolvido pelo carnavalesco Sandro Gomes. A vermelho e branco, que este ano ficou na terceira posição da Série D, disputará a Série C em 2018.

Justificativa do enredo

Kaô Cabecile Sango! Kaô, meu pai!

Sango, Orisá que traz o poder dos raios e trovões, dominador do fogo. Agradecemos ao senhor da justiça e da igualdade, pelas conquistas e vitórias alcançadas em nosso pavilhão e em nossas vidas. Que a fé que temos em Ti, Orisá poderoso, permaneça sempre viva em nossos corações.

O G.R.E.S. Difícil é o Nome apresenta para o carnaval de 2018 nossa singela homenagem ao orisá Sango com o título do enredo: “Ojuobá – O senhor da justiça e da igualdade”.

De joelhos, com fé clamamos à Ti, Pai Sango: não estamos aqui pedindo Pai, mas sim, agradecendo por mais esta benção, e se o senhor achar que nós somos merecedores de mais um título, que seja de sua vontade.

Sinopse do enredo

África, berço das civilizações! Abre as portas dos teus mares bravios, terra mãe de todas as heranças místicas da negritude milenar! No caldeirão em brasa, chama todas as raças dos povos Bantu, Nagô, Jeje e Iorubá. Abre-se o sirê para o teu povo dançar e cantar a africanidade. Os ogãs tocam o atabaque na gira no terreiro. É tempo de celebrar o rei maior: Sango! Agô, meu pai! Kaô, Kabecilê! O Difícil é o nome firma o ponto e estoura a cerveja preta na pedreira. Os yaôs abrem a roda para todos verem Sango dançar balançando o seu osé. O ajapá, animal forte e sagrado de Sango, está simbolizado nos assentamentos do terreiro.

Sango lança o seu fogo ardente no ritual do ajeum. O calor do dendê que prepara o amalá e o acarajé, no acaçá com folha da bananeira e no ajabó bem batido. Rei absoluto de tudo que há, forte, imbatível e majestoso. Sango é ordem, poder, desafio! É o Orisá que nasce do poder e morre em nome do poder. E por isso, se um dia Osalá, o patriarca do Candomblé tivesse que escolher um Orisá para assumir o seu lugar, este orisá seria Sango.

Uma lenda conta que o poder real de Sango surgiu, por ele ter se tornado o quarto Alafim de Òyó, a capital política dos iorubás e a cidade mais importante da Nigéria. Sango era filho de Oranian, que foi fundador da cidade de Òyó e de sua dinastia. Por não suportar a personalidade paciente e tolerante do irmão Dadá-Ajaká, Sango destronou o próprio irmão.

Sango detém o poder mágico do elemento da natureza mais perigoso de todos: o fogo. Está no raio, no fogo que corta o céu, que destrói, mas que também transforma, protege, ilumina o caminho. A cor vermelha presente nas suas vestes representa o tapete vermelho, pois Sango pisa sobre o fogo, o vermelho original.

Bonito e vaidoso, Sango conquistou todas as mulheres que quis, lançando o seu “olhar de fogo”. Amante irresistível, com paixão e desejo Sango foi disputado por três poderosas mulheres: Oyá, Osum e Obá.

Oyá foi sua primeira esposa. É com ela que Sango divide o domínio sobre o fogo. Osum foi sua segunda esposa e a mais amada. Apenas por Osum, Sango perdeu a cabeça e somente por ela chorou. A terceira esposa de Sango foi Obá, que amou e não foi amada. Ela abriu mão de sua essência e mutilou o corpo por amor ao seu rei Sangô.

No tremular do pavilhão desta valorosa agremiação, que traz as cores consagradas de Sango, o G.R.E.S. Difícil é o nome, pisa forte na avenida. Pede licença e bate cabeça na Intendente Magalhães para falar de Sango! A ancestralidade que corre nas veias do teu povo de fé surge como um clamor: Ojuobá, o senhor da justiça e da igualdade!

Toda honra e toda glória a Sango! Quem é de Sango, não cai porque traz no peito o axé de Ojuobá, o olho do rei Sango.

Sango, meu pai, venha nos valer! Justiça e igualdade para todos!

Kaô, Cabecilê, Sango!

Asé para o povo de fé!

Sandro Gomes – Carnavalesco

Texto: Jeferson Pedro

Glossário Iorubá

Abará – porção de feijão fradinho descascado e moído, temperada com sal, cebola, azeite de dendê e camarão seco. É cozido em banho-maria ou a vapor e depois de pronto é enrolada em folha verde de bananeira.

Acarajé – bolinho de feijão fradinho descascado, moído, temperado com sal e cebola ralada, muito bem batido antes de ser frito no azeite de dendê, e servido com molho de pimenta-malagueta, camarões secos, vatapá, tomate e pimentão.

Acaçá – mingau de farinha de milho.

Agô – pedido de licença para movimentos de entrada, saída, passagem etc.

Ajabó – comida feita como oferenda para Sango.

Ajapá – cágado, animal sagrado de Sango.

Ajeum – comida de santo. Ato de comer.

Alafim de Oyó – Rei, governante ou dono do Palácio de Oyó.

Amalá – comida ritual votiva de Sango, feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê.

Asé – energia, força, alto astral

Dada-Ajaká – Divindade iorubá do Panteão de Oyó

Kaô Kabicilê – Saudação à Sango.

Yaôs – iniciantes ao culto

Obá – deusa das aguas do Rio Obá

Ogãs – São aqueles que cantam tocam atabaques no terreiro.

Ojuobá – olhos do rei.

Oraniam – Pai de Sango

Osalá – o criador do mundo e da espécie humana

Osé – machado de dois gumes. Geralmente feito em madeira, pode ser encontrado também em cobre, latão, bronze. Ferramenta de Sango.

Osum – mãe das aguas doces, segunda esposa de Sango

Oyá – mãe dos nove filhos

Sirê – roda, ou dança utilizada para evocação dos Orixás conforme cada nação.

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