Série Ouro
Conheça a sinopse do enredo da Acadêmicos do Cubango
A Acadêmicos do Cubango divulgou na noite de sexta-feira, 6 de novembro, a sinopse do enredo para o próximo Carnaval. A verde e branco de Niterói apresentará Onilé Cubango, na disputa da Série A. Os carnavalescos Alexandre Rangel e Raphael Torres desenvolverão o tema.
Sinopse
Onilé, orixá da terra, é uma divindade feminina que representa a base de toda a vida, a Terra-Mãe, e é relacionada a tudo que há sobre o Planeta Terra. Originalmente exerce seu patronato sobre tudo que se relaciona á apropriação da natureza pelo homem, o que inclui a agricultura, a caça e a pesca e a própria fertilidade
Grande parte dos seguidores do candomblé nunca ouviu falar ou teve apenas vagas referências sobre Onilé, mas em antigos terreiros da Bahia e em candomblés africanizados, preservam tradições que em grande parte se perderam na diáspora iorubana. Onilé é assentada num montículo de terra vermelha e acredita-se que guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria vida. Para muitos seguidores da religião dos orixás, interessados em recuperar a relação orixá-natureza, o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com a preservação da própria humanidade e de tudo que há em seu mundo, “Eu saúdo o orixá / Saúdo Onilė / Salve a Senhora da Terra”.
A criação do Mundo
No principio, Olorum o ser supremo, governador do plano divino (Orun) resolveu criar a Terra (Aiê) e deu a cada orixá um pedaço do mundo, uma parte da natureza de acordo com o gosto de cada um. Então Odudua criou a Terra e todo o universo, Oxalá ficou com a criação do homem e todos os seres a partir do barro de Nanã, Oxumaré com o movimento da Terra e o ciclo da natureza, Iemanjá com os mares e oceanos, Oxum com os rios e cachoeiras, lansã com os ventos e os raios, Xangô com os trovões e o fogo, Ogum com o ferro e todos os metais, Oxóssi com as matas e todos os animais, Ossaim com as folhas e as ervas medicinais e a Obaluaê foi reservado o poder da cura de todas as doenças e pestes. O governo da Terra ficou com Onilé, responsável por tudo que é produzido e extraído da terra, faz a representação do poder ancestral do planeta Terra. Então Olorum retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta dos orixás. Eles são o próprio mundo, com suas forças, elementos, energia e propriedades, mundo que tem por base Onilé, a Terra, o planeta que habitamos, nosso mundo material
Os senhores da Terra
Provém de Odudua todos os elementos que compõem a natureza e que foram entregues aos orixás para serem por eles administrados e cuidados. Assim, Onilé também precisa dos orixás para manter em pleno funcionamento o Planeta Terra.
Algumas divindades estão diretamente em contato com o solo, cuidando e preservando, como Nanã, Oxumaré, Oxóssi, Ossaim, Ogum e Obaluaê. Essa ligação é através da agricultura, das matas, dos metais retirados do seio da terra ou da lama. E eles são denominados também de Onilés, os senhores da terra, porque a sua primazia é zelar pelo meio ambiente, mantendo o equilíbrio e a vida do planeta.
A sagrada Terra
A Terra é o símbolo sagrado por excelência, e Onilé é a guardiã desse espaço sagrado que carrega no seu interior o mistério da vida e da reprodução. Generosa e poderosa permite uma interação perfeita e equilibrada entre os elementos da natureza e o ser humano. Se o homem a protege e respeita, ela lhe dá tudo o que produz, sendo abundante em sua diversidade. Com suprema sabedoria, acolhe e fecunda sementes, gerando assim novas vidas e novas gerações. O mar, os rios, as matas e as florestas possuem vida em abundância, graças a diversidade e a generosidade dessa divindade.
O Planeta Terra em nossas mãos
Tudo que Olorum criou junto com os orixás, a humanidade vem degradando em ritmo catastrófico. Onilé não suporta mais as adversidades que o homem lhe impõe, materializando situações extremas em resposta ao desequilíbrio por ele provocado, pois a sobrevivência da humanidade depende diretamente da preservação do meio ambiente.
Dessa forma, cabe ao homem, como um ser provocador de mudanças, interferir em seus próprios atos, semeando atitudes de preservação e lutar pela sobrevivência do nosso Planeta.
Carnavalescos, pesquisa e desenvolvimento do enredo: Raphael Torres e Alexandre Rangel
Referências Bibliográficas
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
KILEUY, Ode e DE OXANGUIĀ, Vera. O candomblé bem explicado – Nações Bantu, Torubá e Fon. Rio de Janeiro: Pallas editora, 2009
VILLAS BOAS, Marion. Os orixás sob o céu do Brasil. São Paulo: Biruta, 2013.
JÚNIOR BARBOSA, Ademir. Mitologia dos Orixás: Lições e aprendizados. São Paulo: Anubis, 2014.
SARACENI, Rubens. O livro da criação – o estudo de Olorum e dos orixás. São Paulo: Madras, 2014.
Setorização
1° Setor – A criação do Mundo
2° Setor – Os senhores da Terra
3° Setor – A sagrada Terra
4 Setor – Planeta Terra em nossas mãos
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