Grupo Especial
LIESA rebate falsa informações que relacionavam a pandemia ao Carnaval
Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira, 20 de janeiro, a LIESA repudiou as informações que relacionavam a chegada da covid-19 ao Carnaval. A entidade demonstrou que o primeiro caso registrado no Brasil, conhecido como marco zero das infecções no país, foi registrado em São Paulo, no dia 26 de janeiro de 2020, de um viajante recém-chegado da Itália.
Nota oficial
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) repudia veementemente as notícias e discursos que relacionam os desfiles das Escolas de Samba aos casos da Covid-19 no Brasil.
Cabe relembrar que o marco zero das infecções é oficialmente um caso registrado em São Paulo em 26 de fevereiro de 2020, de um paciente que havia viajado para a Itália durante o feriado carnavalesco. Nunca houve a informação, por parte dos órgãos oficiais brasileiros, nacionais, paulistas ou fluminenses, de que o homem em questão tenha contraído a doença no Carnaval ou contribuído com a disseminação dela em eventos do tipo. Em respeito à trajetória de todos os profissionais que têm na festa a sua única fonte de renda, e que estão empenhados em ajudar os brasileiros na superação da pandemia, reforçamos aqui o nosso pedido neste momento-chave que antecede a realização dos desfiles de 2022.
A LIESA pede respeito às instituições do Samba, que reúnem milhares de artistas e componentes, representantes de comunidades e profissionais de diversas categorias que durante todo o ano trabalham nos barracões e quadras dessas Agremiações para realizar a grande festa na Marquês de Sapucaí. A economia criativa do Carnaval merece respeito. O maior espetáculo cultural a céu aberto do país, internacionalmente reconhecido como um dos nossos principais cartões-postais, é fonte de emprego e renda para muitas famílias, que desde o início da pandemia têm sofrido perdas em seus orçamentos. E é essa força da comunidade que compõe a economia criativa do Samba e faz a magia acontecer, gerando um impacto econômico gigantesco. Em 2019, por exemplo, o Carnaval injetou R$ 3,8 bilhões na economia do Rio de Janeiro, segundo dados da Riotur. Foram mais de um milhão e meio de turistas na cidade e a ocupação da rede hoteleira chegou a mais de 90% durante o período carnavalesco.
Cabe destacar que, desde o início da pandemia, as Escolas de Samba estão seguindo — atuantes — na defesa dos protocolos determinados pelos municípios onde estão sediadas. Em nenhum momento, as Agremiações adotaram medidas que fossem contra os decretos e protocolos determinados pelas autoridades. A preservação da vida é uma prioridade para todos nós.
Vale lembrar que, logo depois do cancelamento do Carnaval de 2021, a LIESA realizou uma força-tarefa em prol dos profissionais de saúde – que estavam sem material para trabalhar – destacados para o atendimento da população que apresentava os sintomas da Covid 19. A Liga comprou tecidos próprios para a confecção de material hospitalar, acrílico e aviamentos necessários para a confecção de máscaras e aventais. As Escolas de Samba organizaram um mutirão de costureiras e boa parte do material destinado a médicos, enfermeiros e atendentes passou a ser produzido nos barracões Cidade do Samba. Simultaneamente, milhares de máscaras eram confeccionadas para as comunidades dessas Agremiações. Além disso, desde então, as Escolas deixaram de ter o Carnaval como meta principal, e cada uma delas mergulhou em projetos sociais, distribuindo cestas básicas, mantimentos para crianças e tentando preencher lacunas deixadas pelo poder público.
Destacamos que as exigências e as regras restritivas para a realização do Carnaval na Sapucaí devem valer para todos os eventos realizados até o final de fevereiro. Pois se não cabe somente a cobrança de passaporte vacinal para a entrada ao Sambódromo, também não funciona para o acesso a estádios de futebol, shows e demais eventos.
A LIESA está atenta e em contato diário com especialistas, autoridades e órgãos competentes para orientar nas melhores decisões em respeito à vida e à dignidade das pessoas, seja na questão de saúde e/ou financeira. Por acontecer em um ambiente de acesso controlado, a LIESA tem total capacidade de seguir os protocolos de segurança que forem estabelecidos. E reforça que garantir um ambiente seguro para todos os componentes, público e profissionais é uma das suas prioridades. Não há qualquer possibilidade de realizar o evento sem que a segurança de todos os envolvidos não esteja considerada, seja ela qual for.
Assim que for aprovado pelas autoridades sanitárias, as quais estamos trabalhando em conjunto desde 2021, divulgaremos todo o protocolo de segurança e sanitário para a realização dos desfiles.
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