Intendente Magalhães
Vigário Geral acredita em criatividade e empenho da presidente para chegar à Sapucaí
Elizabeth da Cunha, a Betinha, é uma batalhadora incansável da Acadêmicos de Vigário Geral, agremiação que preside. Mesmo diante de tantas dificuldades para preparar o Carnaval da escola, ela acredita que com criatividade a escola fará um grande desfile pela Série B. “Apesar da falta de recursos, nosso trabalho não pode parar. Estamos utilizando a criatividade para desenvolvermos nosso enredo, além de materiais diversificados e reciclagem.”
Betinha conta que a preparação da escola segue em ritmo intenso. “Algumas fantasias estão bem adiantadas, como bateria e baianas. Nosso atelier funciona aqui mesmo em Vigário Geral e, a partir de janeiro, o ritmo será mais intenso, com folgas alternadas, até o desfile do dia 5 de março. A nossa azul, vermelho e branco vem para brigar pelo título.”
Samba no sangue
Filha de sambistas e irmã de mestre-sala, o Carnaval sempre esteve em sua vida. “Eu gostava muito de desfilar, tanto em alas no Império Serrano e Portela, como em blocos carnavalescos. Aqui, em Vigário, tínhamos o Carinhoso e o Gregorão, dois blocos que se uniram para a fundação da Acadêmicos de Vigário Geral. O primeiro tinha as cores vermelho e branco e o segundo o azul. Com a criação da escola, feita praticamente dentro da minha casa, em 13 de março de 1991, a Acadêmicos de Vigário Geral passou a ter a junção das três cores. Naquela época eu não queria compromisso, mas sempre ajudava a escola junto com os amigos.”
A presidente lembra que, em seu Desfile de Avaliação, em 1992, a escola foi campeã com o enredo Cem anos nas ondas de Copacabana. De lá para cá, a Acadêmicos de Vigário Geral passou por grandes mudanças em sua gestão. Algumas não foram tão favoráveis, conforme salientou Betinha, e outras mereceram destaques, principalmente em 2012, quando a agremiação chegou ao terceiro lugar no Grupo D, com o enredo Uma vida de lutas: Abdias Nascimento, subindo para o Acesso C.
Crescimento
Em 2013, a agremiação desfilou pela Série C e retornou ao D, ficando em sétimo lugar em 2015. Já em 2016 foi vice-campeã na Série D, com o enredo Maracanãguaçu e o Ninho dos Deuses, retornando à Série C, quando ficou em terceiro, em 2017, e voltou à Série B, em 2018. Com o enredo Dos Tambores Africanos ao Bandoneón – Tango, um sentimento que se dança“, a escola apresentou seu desfile este ano pela Série B, e conquistou o nono lugar numa disputa acirrada com as outras agremiações.
As dificuldades, segundo Betinha, não a impediram de assumir a agremiação. “Eu assumi a escola em janeiro de 2009 com muitos problemas, mas a intenção foi de desfilar mesmo sabendo que seríamos rebaixada, já que estávamos sem algumas fantasias. Perdemos pontos, mas a escola entrou na Avenida com garra e com a sua comunidade. A nossa disposição sempre foi grande e a comunidade sempre fechou com o Carnaval da escola.”
Tarefa árdua
Estar à frente de uma escola de samba não é tarefa fácil, destacou Betinha. De acordo com a sambista, é preciso ter responsabilidade, pulso firme, palavra, carinho e respeito com os segmentos e a comunidade. “Não é uma tarefa fácil. Porém, a gente acaba se apaixonando por aquilo que faz. Às vezes, posso confessar, tenho que ser enérgica em algumas situações. No entanto, de uma forma geral o clima sempre é de respeito ao próximo. Sempre digo que um bom presidente precisa ser ‘fechamento’ de seus segmentos e equipe. A união faz a força. Não é fácil colocar uma escola na Avenida. Às vezes é um sacrifício muito grande, principalmente sem dinheiro e patrocínio, mas cada um vai ajudando ao outro, e o resultado sempre é surpreendente.”
Os ensaios da Acadêmicos de Vigário Geral começam em janeiro, mas o barracão, lembra Betinha, está a todo vapor. “Nosso barracão está funcionando e nossa comunidade pode esperar um grande desfile em 2019. Quero agradecer a cada segmento, diretoria e equipe pela dedicação ao nosso trabalho. Meu objetivo será levar a Acadêmicos de Vigário Geral à Marquês de Sapucaí.”
Novidades
Novidades ainda estão por vir, segundo Betinha. Ela destacou que o trabalho que está sendo feito com os segmentos da comunidade, enfatizando ser um projeto novo que visa à valorização de profissionais de Vigário Geral que trabalham na escola, em parceria com artistas do Carnaval. “Vamos anunciar em breve alguns profissionais que, junto com os nossos segmentos, trabalharão em prol da nossa escola, para enriquecer o enredo e abrilhantar o desfile na Intendente Magalhães.”
No Carnaval de 2019, a Acadêmicos de Vigário Geral fechará o desfile da Série B, sendo a 11ª a se apresentar no domingo na Passarela Popular da Intendente Magalhães. A tricolor mostrará o enredo Mwene Kongo – O Reino Europeu na África que se tornou folclore no Brasil, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Costa, Lino Salles Marcus do Val.
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