Série Ouro
Acadêmicos da Rocinha anuncia enredo crítico contra o preconceito
Bananas para o preconceito. Este é o enredo que a Acadêmicos da Rocinha levará para a Sapucaí na disputa da Série A em 2019. A escola divulgou o tema e a logo nesta quarta-feira, 11 de abril. A agremiação deseja mostrar que todos os seres humanos são iguais e criticar o preconceito.
Em seu perfil pessoal nas redes sociais, o carnavalesco da escola, Junior Pernambucano, contou um pouco do que deseja levar para a Avenida com a Acadêmicos da Rocinha. Ele destacou que a sinopse será divulgada em breve.
Explanação
Tatuagem emocional. Tudo está marcado por entre células. A cor impressa na pele denuncia nossa etnia, sinaliza onde está fincada nossa raiz, revela nossa cultura matriz. Cor da pele retrata histórias, resgata memórias, nos permite transportar afetivas tradições como fruto duma longa trajetória.
Discriminar povos pela cor da pele é algo irracional. Arremessar bananas aos irmãos negros como se este ato racista fosse uma grande ofensa não deve mais gerar abalo emocional. Pois segundo estudos científicos baseados na teoria evolucionista iniciada pelo famoso inglês naturalista Charles Darwin, o ser humano faz parte da superfamília de peludos primatas.
Macacos e humanos têm um parente ancestral em comum. Darwin tinha razão. Hoje está provado que geneticamente somos idênticos a saltitantes chipanzés apreciadores de bananas. Embora todos os homens sejam iguais perante leis determinadas pela evolução das espécies, ainda há quem sofra na pele, por pura ignorância alheia, intoleráveis atos preconceituosos. Neste tema-enredo Rocinha entra na luta antirracismo valorizando atitudes afirmativas no sentido de que cidadãos negros se imponham enquanto agentes transformadores, reconheçam seu próprio valor e desenvolvam sua autoestima.
No tabuleiro da baiana tem?… Bananas lançadas para o preconceito! Carnaval é cenário propicio para embananar qualquer realidade. Eis porque nossa banana dada tomará a forma reafirmativa da identidade negra manifestada através da dança, da música, artes cênicas, dos esportes, dos místicos rituais, do cotidiano urbano vivido principalmente nas favelas… Do majestoso legado cultural deixado pelos escravos, que embora vivessem em condições degradantes, não esqueceram sua negra nobreza trazida na pele desde África.
Júnior Pernambucano
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