Série Ouro
Cubango troca enredo e homenageará Chica Xavier
A Acadêmicos do Cubango é mais uma agremiação a alterar o enredo para o próximo Carnaval, a primeira na Série Ouro. A verde e branco de Niterói levará para a Sapucaí uma homenagem a atriz Chica Xavier em O Amor Preto Cura: Chica Xavier, a mãe baiana do Brasil, que será desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo.
Anteriormente, São Clemente e Paraíso do Tuiuti, ambas do Grupo Especial, já haviam optado por mudar o tema. A União da Ilha do Governador, que disputa a Série Ouro, também deverá alterar o enredo. A agremiação insulana havia divulgado a reedição de Fatumbi, a Ilha de todos os santos, originariamente desenvolvido em 1998, mas o presidente da escola, Ney Filardi, que voltou a comandar a escola em abril manifestara o desejo de trocá-lo.
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Pelas redes sociais a Acadêmicos do Cubango resumiu o enredo ao anunciá-lo. “O Amor preto há de nos curar! Cubango entoa seu canto a mãe Chica de Oyá, a doce matriarca baiana que acalanta seus filhos e filhas nos fios trançados da vida. A que protege com um abraço, acalma com um sorriso e acolhe com a palavra. Menina que louva santos de reza e de dança de São Salvador, viu o destino dançar livre no vento. A bênção, Mãe Chica Xavier! Que seu axé se espalhe sobre nós nessa nova jornada.”
Carreira
Chica Xavier nasceu na Bahia, em 1932, e veio estudar teatro no Rio de Janeiro em 1953, com 21 anos. O talento apareceu rapidamente e, em 1956, estreou no Theatro Municipal em Orfeu da Conceição, atuando ao lado de Haroldo Costa, Léa Garcia, Cyro Monteiro, Dirce Paiva e seu marido e namorado da adolescência, Clementino Kelé.
O cinema apareceu em sua carreira em 1962, quando trabalhou em O assalto ao trem pagador, dirigido por Roberto Farias. Já a estreia oficial na TV aconteceu em Os ossos do barão, em 1973, na Globo. No entanto, há registros de que, em 1969, Chica Xavier teria A cabana do Pai Tomás, também da Globo.
Literatura
Em 1999, ela escreveu o livro Chica Xavier canta sua prosa. Cantigas, louvações e rezas para os orixás, prefaciado por Miguel Falabella. Já em 2013, Teresa Montero assinou a biografia da artista Chica Xavier: Mãe do Brasil.
A carreira de Chica Xavier registra mais de 50 personagens, só na televisão. Alguns deles memoráveis, como a mãe-de-santo Magé Bassã, da minissérie Tenda dos milagres e a escrava Bá, de Sinha Moça. Os grandes trabalhos lhe renderam muitos prêmios, como o Troféu Palmares, concedido pela Fundação Palmares por seu trabalho por sua contribuição às artes e à cultura afro-brasileira.
Religião e morte
Seguidora do candomblé, Chica Xavier tornou-se mãe-de-santo e, nos anos 1980, fundou seu próprio terreiro em Sepetiba. Morreu no dia 8 de agosto de 2020, aos 88 anos, por conta de um câncer de pulmão.
Carnaval
Junto com Ruth de Souza, Zezé Motta e Léa Garcia, Chica Xavier foi homenageada no Carnaval 1999 pela Lins Imperial, quando a agremiação apresentou o enredo Quatro damas negras, desenvolvido pelo carnavalesco Flávio Rodrigues.
Segunda agremiação a se apresentar na sexta-feira do próximo Carnaval, a Acadêmicos do Cubango disputará a Série Ouro.
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