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Grupo Especial

Estácio de Sá divulga sinopse do enredo para 2020

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A Estácio de Sá reuniu diretoria, segmentos, convidados e a imprensa no Club Municipal, na quarta-feira, 31 de julho, para divulgar a sinopse do enredo para o Carnaval 2020. A escola ainda informou o calendário dos encontros dos compositores com a carnavalesca Rosa Magalhães, para tirar dúvidas sobre o tema, e como será feita as inscrições para o concurso de samba-enredo.

Serão três reuniões da artista com os poetas, nas quintas-feiras, 15, 22 e 29 de agosto, na quadra, entre 18h e 20h. A entrega das obras está marcada para o dia 5 de setembro, entre 17h e 21h. Cada parceria deverá contar com cinco compositores, além de uma participação especial, e disponibilizar cinco CDs, 30 letras do samba impressas. A taxa será de R$ 70 por pessoa do grupo. As eliminatórias começarão no dia 6 de setembro.

O enredo da Estácio de Sá para 2020 será Pedra, desenvolvido pela carnavalesca Rosa Magalhães. Ela já trabalhou na vermelho e branco e foi responsável pelos enredos O ti-ti-ti do sapoti, em 1987, O boi dá bode , em 1988, e Um, dois, feijão com arroz, em 1989. A agremiação do Morro de São Carlos será a primeira escola a desfilar, na Sapucaí, no domingo de Carnaval, pelo Grupo Especial.

Sinopse do enredo

Pedra

A pedra, para o ser humano, representa a permanência do tempo. A camada externa e dura da Terra, a rocha.

A beleza sólida desse material é a essência de nosso planeta. E foi essa beleza sólida que nossos ancestrais usaram como caminho para registrar suas passagens pelo mundo.

Descobriu-se a beleza dos diamantes, de tantas pedras preciosas ou semipreciosas e do ouro. Foi esta uma das primeiras atividades de exploração dos homens no Brasil, mais precisamente em Minas Gerais, no século XVIII. A partir de 1771, criou-se a Real Extração, sob o controle da Coroa portuguesa, decreto que durou até mesmo depois da Proclamação da Independência. Foram as primeiras pedras que trilhamos no nosso caminho.

E vamos seguir pela estrada de Minas, pedregosa…

O poeta Carlos Drummond de Andrade nasceu e cresceu em Itabira, em Minas. Da janela de seu quarto, costumava observar o perfil montanhoso cujo destaque era o pico do Cauê.

‘’Chego à sacada e vejo minha serra, a serra de meu pai e meu avô, a serra que não passa … Essa manhã acordo e não a encontro britada em bilhões de lascas…”

Fora-se a Pedra, engolida pelo enorme trem, fora-se a pedra do poeta.

Outro escritor mineiro, Guimarães Rosa, enfocou “a biodiversidade do cerrado e o relevo constituído pelo calcário, rocha maleável e moldável pela ação das águas. O Morro da Garça só emite recados porque é uma pirâmide no meio de Minas e de uma história imemorial do garimpo, da pecuária, dos boiadeiros viajantes e da surda vidência sertaneja.”

Outra pedra que faz parte do nosso caminho é a Serra dos Carajás. Recebeu o nome de seus antigos moradores – os índios Carajás. Segundo suas crenças, eles nasciam do interior do solo – solo rico e pedregoso, repleto de grutas.  Quando nasciam, saíam desse mundo subterrâneo para ir habitar a superfície.

A região é uma pedra enorme toda feita de ferro, e em seu entorno nascem pequenas cidades. Segundo uma artesã do Centro Mulheres de Barro, na cidade de Parauapebas, surgiram muitos conflitos por aquele rico pedaço de chão.

A própria cidade é um amálgama de pessoas vindas de todos os cantos do Brasil. Vêm do norte e do nordeste, do sul e do sudeste, vêm do centro e vêm do leste. Todas sonhando em  extrair daquela terra as muitas riquezas que ela guarda. E acabam também formando uma amostra da variedade do povo brasileiro.

A rocha mais antiga que conhecemos uma lasca com pouco mais de dois centímetros, foi coletada na Lua pelos astronautas da nave Apollo. Tem quatro bilhões de anos.

A nossa Terra, vista da Lua, ainda é linda, azulzinha… Até quando?

Rosa Magalhães

Bibliografia consultada

Cosmologia e Sociedade Karaja – Andre Amaral de Toral – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Museu Nacional – 1992 – pags 145 a 162

Pedra – O Universo Escondido –  Denise Milan –  S. Paulo – Bei Comunicação –  2018

Maquinação do Mundo – Drummond e a mineração-Wisnik,José Miguel – 1a. edição-S. Paulo – Companhia das Letras- 2018

Peret , João Américo – Mitos e Lendas Karajás – Rio de Janeiro 1979

A margem do projeto ferro carajas- uoma pequena contribuição a história social e cultural de Parauopebas 1980 – 2009   Rocha,Avon Jose Araujo

A história de Parauopebas Força e Trabalho em Carajá -Miguel Angelo Braga Reis – 2016

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