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Grupo Especial

Exposição contará trajetória vitoriosa da Viradouro

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A história de superação da Unidos do Viradouro será contada na exposição Das Cinzas Voltar, Nas Cinzas Vencer, Viradouro de Alma Lavada, que estará aberta ao público a partir de quinta-feira, 21 de janeiro, às 8h, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói. Assim como a Fênix, a escola renasceu nos últimos três anos, saindo da Série Ouro para o título de campeã do Grupo Especial em 2020.

O projeto, idealizado pelos fotógrafos Renata Xavier e Leandro Lucas, não deixa passar em branco uma época tão simbólica para o povo fluminense e brasileiro: o Carnaval. As mais de 400 fotos presentes na mostra começaram a ser produzidas pela dupla em 2017, quando a agremiação de Niterói, ainda na atual Série Ouro, se preparava para o espetáculo de 2018. A vermelho e branco conquistou o título que garantiu o retorno ao Grupo Especial.

No ano seguinte, já na disputa com as principais escolas, com um grande desfile, foi vice-campeã, feito inédito na história dos espetáculos na Sapucaí. Nunca uma agremiação havia conseguido esta colocação no retorno ao grupo de elite. O verso forte do samba para o enredo de 2019, que abordava a superação, Das cinzas voltar, nas cinzas vencer dá título à exposição.

No último Carnaval, mais uma quebra de paradigma. Sendo a segunda escola a desfilar na noite de domingo, posição considerada ingrata no universo carnavalesco, a vermelho e branco saiu aclamada da pista e o favoritismo se confirmou na Quarta-Feira de Cinzas, quando foi consagrada a grande campeã.

Exposição Viradouro 02

Foto: Renata Xavier e Leandro Lucas.

Preparação

Os visitantes da exposição poderão viajar nas imagens dos preparativos do barracão, da quadra, dos ensaios de rua e dos espetáculos apresentados pela Viradouro no Sambódromo, em seus últimos três desfiles, bem como conferir os registros da festa de comemoração do título, o segundo conquistado no Grupo Especial.

Diversos painéis com até sete metros de comprimento cada estarão dispostos em círculos, por onde o público poderá, literalmente, caminhar entre eles, descobrindo os bastidores dessa história de resistência e luta da Viradouro, além de acompanhar, por uma contagem regressiva, como é feita a construção do Carnaval de uma grande escola de samba. O que está por trás? As pessoas, os profissionais, a comunidade, um trabalho feito por milhares de mãos com muita criatividade, embalado pela fantasia e, principalmente, pela esperança. O formato circular da exposição é uma alegoria à folia, à vida e ao eterno recomeçar. A mostra terá como pano de fundo a paisagem deslumbrante do Rio de Janeiro e a obra icônica de Oscar Niemeyer.

MAC

A escolha do MAC para o lançamento dessa exposição, segundo Renata e Leandro, se dá por inúmeros motivos: o fato de ser um local de interseção, um ponto de encontro cultural de Niterói. Pelo espaço, passa um público heterogêneo que inclui a população de alta e baixa renda da cidade, bem como turistas de todo o mundo devido à importância nacional e internacional que o museu possui.

A localização privilegiada com paisagem cinematográfica do Rio de Janeiro e a arquitetura circular em forma de obra de arte de Niemeyer. Estabelece-se aí um elo fundamental para a exposição: Niemeyer era apaixonado pelo samba e é o mesmo arquiteto que projetou o Sambódromo do Rio de Janeiro, palco maior do Carnaval no mundo.

Esperança

Renata Xavier destacou a esperança que impulsiona o Carnaval em meio às dificuldades atuais. “2020 foi um ano muito atípico. Logo após a vitória, o barracão da Viradouro foi atingido por um incêndio de grandes proporções que deixou em cinzas boa parte da sua infraestrutura. Uma pandemia global afetou todas as pessoas e países provocando muito sofrimento. O mundo do samba foi atingido em cheio por essa situação sem precedentes. Pela primeira vez desde que foram oficialmente criados, em 1932, não haverá desfiles em fevereiro. No meio dessas cinzas, buscar sobreviver, renascer. A esperança é o que move a Viradouro, o Carnaval e todos nós.”

Os registros fotográficos dos últimos anos da Viradouro não estarão disponíveis somente no MAC. O público terá ainda um acervo iconográfico com as milhares de imagens produzidas para esse projeto, que poderá ser acessado através de QR codes impressos na exposição para que os integrantes da escola, da comunidade e a população possam procurar e compartilhar suas imagens nos desfiles, ensaios e em todos os eventos fotografados por Renata Xavier e Leandro Lucas. O virtual e o real poderão interagir pelas mídias sociais, hashtags e instagram. A conta oficial da exposição no instagram é @dascinzasvoltar e o site: http://www.dascinzasvoltar.com.br .

Exposição Viradouro 01

Leandro Lucas e Renata Xavier. Foto: Divulgação.

Autores

Fotojornalista, Renata Xavier nasceu em Niterói, cursou Cinema e Publicidade na UFF, trabalhou no jornal O Globo e para as revistas das Editoras Abril e Globo. É uma das mais premiadas fotógrafas brasileiras da atualidade, com diversos prêmios nacionais e internacionais, palestrante em congressos e universidades e influencer da multinacional japonesa Nikon para a América Latina e partner da européia DreambooksPro.

Leandro Lucas nasceu na capital fluminense e há muitos anos mora em Niterói. Estudou engenharia civil na UERJ e fotografa há 20 anos. Palestrou em congressos de fotografia e suas imagens foram premiadas no Brasil e no exterior. Algumas imagens da Viradouro incluídas na exposição foram premiadas pelo Prix de la Photographie Paris. Os dois formam um casal há 27 anos e, juntos, fotografam pequenos e grandes eventos pelo Brasil e pelo mundo.

Desfiles

O Carnaval é a maior festa da Terra, por isso os dois fotógrafos resolveram encarar o desafio de fotografá-lo através da escola de samba da cidade em que vivem: Niterói. Os registros do cotidiano da Viradouro, escola do coração deles, teve início quando a agremiação ainda integrava a Série Ouro.

Os dois foram surpreendidos pela garra, força, paixão e determinação de todos os integrantes, o famoso “chão” da escola. O que começou como projeto pessoal de ambos tornou-se um registro histórico do Carnaval, já que a escola quebrou paradigmas, emplacando uma sequência inédita de vitórias. Num exemplo de resiliência, nunca se abateu com problemas, desafios, tensões, transformações e adversidades.

A agremiação e sua comunidade sempre foram conscientes que a dor faz parte da trajetória cíclica da vida. Caíram, levantaram, caíram novamente e perseveraram, se reergueram e seguiram adiante olhando para frente e repetindo o lema que é quase um mantra dentro da escola.

Serviço

Das Cinzas Voltar, nas Cinzas Vencer, Viradouro de Alma Lavada

Curadoria – Marcelo Velloso, Renata Xavier e Leandro Lucas

Local – Museu de Arte Contemporânea de Niterói (Pátio)

Abertura – Quinta-feira, 21 de janeiro.

Visitação – De domingo a domingo, das 8h às 18h.

Entrada Gratuita, seguindo os protocolos sanitários, como a obrigatoriedade do uso de máscaras, controle de acesso e aferição de temperatura.

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