Grupo Especial
Mangueira apresenta fantasias de alas comerciais
A homenagem que a Mangueira está preparando para Alcione começa a tomar forma no barracão da escola. A verde e rosa divulgou na quarta-feira, 20 de setembro, as fantasias das alas comerciais do desfile do Carnaval 2024.
Os seis grupos representarão, respectivamente, Queimação da Palhinha de Reisado; Arraiá dos Santos; A Partida: “Formando” o Sonho da Canção; Figa de Guiné; Afreketê; e Nobre “Exaltação” aos Sambas. A Mangueira divulgou um breve resumo explicando cada fantasia.
Foto: André Duvivier e Vinícius Rocha / Divulgação.
Queimação de palhinha do reisado
Uma das festas mais tradicionais do Maranhão, a Queimação de Palhinha tem origem no catolicismo. Praticada em casas, igrejas, terreiros de matriz africana, encerra o ciclo natalino ao celebrar a visita dos três Reis Magos à manjedoura do menino Jesus, no dia 6 de janeiro, Dia de Reis.
O momento mais importante dessa festa, ocorre na retirada dos galhos de murta que enfeitam o presépio, esses são lançados ao fogo ao som das ladainhas, cantadas enquanto criança por Alcione, entoadas em latim e português, enquanto são feitos pedidos de paz e esperança para o ano que se inicia.
Arraiá dos santos
Os arraiás formam a maior celebração do Maranhão e ocorrem entre os meses de junho e julho, onde se festejam, especialmente, Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal, através da música, estética, dança e das comidas típicas.
Tem como elementos centrais para a sua realização, por exemplo, a apresentação de grupos de bumba meu boi e o tambor de crioula, presentes desde a infância na vida de Marrom, sendo tradição familiar o envolvimento nesses festejos.
A partida: “formando” o sonho da canção
Criada em uma família musical, Marrom sempre teve o sonho de se tornar cantora. Seu pai, o maestro João Carlos, foi quem a ensinou a cantar, ler partituras e a tocar instrumentos de sopro, como o piston.
Porém, para que tivesse as bênçãos de seus pais e assim realizar seu sonho, a jovem Alcione deveria primeiro se formar e ter uma profissão. A escolhida por ela foi a de professora, função que exerceu em sua terra natal e deixou de praticar através de uma “ousadia musical” em sala de aula, que a libertou para que pudesse partir em busca de seu amanhã como cantora.
Figa de Guiné
No início dos anos 70, Alcione já era uma das grandes vozes da noite carioca. A gravadora Polygran, na pessoa do produtor Roberto Menescal, buscava uma sambista negra para seu time de cantores e, então, Jair Rodrigues indica Marrom para integrar a equipe.
Após aceitar o convite da gravadora, em 1972 é lançado o primeiro EP de nossa homenageada, trazendo como canção de trabalho a composição de Nei Lopes: “Figa de Guiné”. A música fala da fé e proteção, além de dialogar com as múltiplas crenças de Marrom, temática recorrente em sua carreira.
Afreketê
Alcione já se consagrava grande cantora de samba quando, em 1987, lança o álbum “Nosso nome é resistência”, que se dedica, especialmente, a cantar as raízes africanas de Marrom, após sua visita ao continente, e reafirmar seu papel social como artista negra na luta contra o racismo na sociedade brasileira.
Mostrando sua versatilidade musical, grava a canção Afreketê, um afoxé que dá nome a ala, em homenagem a Xangô, orixá da justiça, que rege também a vida da cantora e inspira todo o figurino.
Nobre “exaltação” aos sambas
Alcione se inseriu no mundo das escolas de samba através de sua agremiação de coração, Mangueira, mas se tornou uma grande difusora da arte das escolas, a partir da década de 80, principalmente, ao gravar tantos sambas exaltação, através de um projeto consolidado ao longo de sua carreira, fazendo homenagens, por exemplo, as agremiações Portela, Beija-Flor, União da Ilha, Unidos de São Carlos, Salgueiro, Mocidade e Imperatriz.
O projeto destaca a história de Marrom com as escolas de samba do Rio de Janeiro e seu compromisso de cantar e levar para o Brasil a nobre tradição dos carnavais cariocas, através da sua musicalidade.
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