Por aí
Passado de glória do Carnaval de Niterói vira livro
Por Viviane Azevedo
A próxima segunda-feira, 5 de fevereiro, será especial para o Carnaval de Niterói. Nesta data, às 18h, no Solar do Jambeiro, no Ingá, será lançado Antigamente é que era bom. A folia niteroiense entre 1900 e 1986 (Selo Niterói Livros), obra que nasceu da paixão de Leandro Manhães Silveira, Matheus Tavares Viug e Winnie Delmar de Souza Silva, três jovens niteroienses, pela festa na cidade.
A ideia de escrever um livro sobre o Carnaval de Niterói surgiu em 2014 em uma reunião do grupo de pesquisa de samba da UFF na casa da Tia Iris, da Acadêmicos do Cubango, conforme contou Leandro. “a gente olhando as fontes, vimos livros sobre carnaval do Rio, carnaval de São Paulo de várias cidades do Brasil, mas aqui as fontes dizem que Niterói foi segundo maior carnaval e segundo maior desfile de escola de samba do Brasil e percebemos que não tinha livro.”
O próximo passo, conta o autor, foi procurar, mas nada acharam novamente. “Começamos a buscar em bibliotecas, centro de memórias, vasculhamos para saber se tinha material, livro e aí chegamos a conclusão que realmente não tinha e surgiu a ideia de montarmos esse projeto.”
Entrevistas
Leandro relata que o trio saiu em campo para ouvir de quem fez a história relatos que pudessem contar a história do Carnaval de Niterói. “Começamos a fazer entrevistas, trabalhar com história oral que era base no nosso trabalho inicial. Depois trabalhamos com análise de fontes também. Mas o primeiro trabalho que fizemos, foram 33 entrevistas com sambistas da antiga de Niterói.”
A análise dos relatos foi tão rico que, explica Leandro, o livro cresceu. “Niterói tinha muita diversidade carnavalesca, blocos, blocos de sujo, cordões, grandes sociedades, banho de mar á fantasia e aí fizemos uma reunião e vimos que nosso universo é mais amplo. Não podíamos começar o livro falando de 46, tínhamos que explicar antes disso, explicar como o Carnaval ganhou força na cidade e então mudamos a cronologia e assim começamos com 1900, pois foi um Carnaval muito animado em Niterói.”
Bonde
O bonde, segundo Leandro, teve uma grande importância para a folia da Cidade. “Em 1903 chega o bonde em Niterói que passou a ser o grande chamariz e ele vinha de São Gonçalo, de todos os cantos vinham os bondes apinhados de gente, quanto da zona sul, quanto da zona norte para brincar o Carnaval no grande QG da folia niteroiense no inicio do século: a Praça Araribóia. Próximo tinha a ponte central, ali se fazia a festa, que era uma confusão organizada. Outros pontos eram importantes para o Carnaval, como Praça do Rink e Praça São João, que eram recém-construídas.”
Eram os primeiros passos da folia niteroiense e outros eventos surgiram, conforme conta Leandro. “Nesse momento, começa a fazer sucesso o banho de mar a fantasia na Praia das Flechas, Praia Grande, no centro, de onde hoje saem as barcas. Havia um corso na Rua José Clemente. Essa gama diversa marcou o Carnaval no início do século. Retratamos isso ao primeiro capítulo ao lado das farras e dos bailes de confete que já existiam em diversos bairros. O Carnaval estava basicamente no centro da cidade e, na época, não tinha a Amaral Peixoto. Era na Rua da Conceição. Mas ao mesmo tempo já começa a aparecer, Icaraí, Ingá e Barreto como pontos estratégicos e de encontros da folia.”
Navegando pela obra, podemos concluir que antigamente o Carnaval era do povo e que os comerciantes deram uma grande contribuição para a folia do povo niteroiense. As escolas eram convidadas para desfilar em ruas como se fossem blocos e ali todos se tornavam um só povo. Tudo isso começava no período pré-carnavalesco e a campeã ganhava uma premiação simbólica.
Rivalidade
O livro lembra, por exemplo, da rivalidade entre a Acadêmicos do Cubango e a Unidos do Viradouro, nos anos 1970 e 1980, quando até atrasos propositais e tentativas de “compra de passe” de sambistas oponentes eram comuns. Outra memória interessante que está na obra é sobre o Sambópolis, a passarela do samba niteroiense onde aconteceram os desfiles de 1980 a 1983 e ficava perto do Mercado de Peixe São Pedro. Um ano depois, os cortejos voltaram à Av. Amaral Peixoto.
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