Por aí
Quinzinho mantém a bela voz e espera voltar à Avenida
Pouca gente sabe quem é Edimburgo José de Almeida. A voz de Quinzinho, porém, se tornou inesquecível no Carnaval, mesmo que há quase três décadas não cruze a Sapucaí como cantor principal. O célebre intérprete de Bum Bum Paticumbum Prugurundum, do Império Serrano, em 1982, pensa em um dia voltar a brilhar na Avenida. Falta o convite.
Quinzinho está prestes a completar 72 anos, mas mantém intacta a bela voz que emprestou a escolas como Unidos do Viradouro, Acadêmicos do Salgueiro, União da Ilha do Governador, Acadêmicos de Santa Cruz e Caprichosos de Pilares, além da verde e branco da Serrinha. “Tenho vontade de voltar.”
O intérprete ainda aguarda uma nova oportunidade de encantar a Sapucaí. “Estão esperando eu ficar sem voz. Não ter condições. Já aceitei ser apoio em 2002, no Império Serrano, com a promessa de que seria o cantor principal em 2003, mas a Neide (Dominicina Coimbra, presidente) me enganou. Atualmente, estão apostando na juventude.”
Motivo
O motivo do longo afastamento, segundo Quinzinho, está relacionado a um problema com o presidente de uma grande escola em que trabalhou. O intéprete acredita que, por conta da desavença, os outros dirigentes decidiram não contratá-lo mais.
O atrito, para Quinzinho, o prejudicou até quando foi cantar em São Paulo, em 1998, na Leandro de Itaquera. “Estava tudo correndo bem. O samba tocando nas rádios, com interpretação elogiada. A quadra também abraçando o samba. Até que no dia do desfile tiraram meu som. Naquela época, os técnicos do carro de som vinham do Rio de Janeiro.”
Mesmo com a desavença e o período afastado, Quinzinho espera retornar. “Estou aguardando, mas estão apostando nos mais jovens.” O experiente intérprete, porém, não aprova muitas performances. “Alguns gritam mais do que cantam. Parecem puxadores de quadrilha, animadores de auditório. Eu gosto de cantar, interpretar.”
Recursos técnicos
A idade não é um problema atualmente, conforme avalia Quinzinho. Ele entende que os recursos técnicos ajudam muito o intérprete. “Hoje está mais fácil. O operador coloca a voz do cantor principal a 100% e as de apoio com um pouco menos. Naquela época, anos 1980 e 1990, era tudo igual.”
O intérprete não se assusta com o andamento dos sambas atuais. “A correria não me incomoda. É uma questão de adaptação.” Quinzinho confia bastante em sua voz. Se deixarem eu cantar, me dou bem.”
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