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Intendente Magalhães

Santa Cruz prepara disputa de samba e disponibiliza sinopse aos compositores

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Diferentemente dos últimos anos a Acadêmicos de Santa Cruz realizará um concurso para escolher o hino oficial para o Carnaval 2023. A verde e branco já disponibilizou aos compositores a sinopse do enredo para o Carnaval 2023, quando apresentará Santa é minha Cruz. É luz da preservação. O meu canto é flecha certeira, para findar o pranto da devastação, do carnavalesco Cid Carvalho. Em breve, os poetas conhecerão o regulamento da disputa.

Sinopse do enredo

Santa é minha Cruz.
É luz da preservação.
O meu canto é flecha certeira,
Para findar o pranto da devastação.

Enredo Santa Cruz

Contam os anciões Yanomamis que antes dos seres humanos existirem, houve uma queda do céu espalhando lascas brilhantes do sol, da lua e das estrelas onde hoje está a Amazônia, e ali surgiu Omama, o deus criador dos Yanomamis e também seu irmão Yoasi.

Certo dia, Omama foi pescar e retirou das águas a primeira mulher. Paonakare, a filha de Teperesiki, um ser que vivia nas profundezas. O deus criador levou-a consigo e a tornou sua esposa. O sogro de mama, que detinha o domínio das plantas, chegou numa manha trazendo um saco com brotos e sementes de diversas espécies para dar de presente ao casal.

Omama revirou a terra com lascas de metais e, com os brotos e grãos, fez uma roça para ter fartura de alimentos e dessa maneira criar uma grande familia. E assim se fez!

Porém, Yoasi, o irmão de Omama, era maldoso e criou seres maléficos, doenças, morte e luto. Para proteger a todos do mau uso dos metais e desses seres maléficos. Omama enterrou os metais mais perigosos em local bem profundo e seguro, colocando por cima de tudo as montanhas, depois pedras, areia, árvores e animais. Dessa forma o criador estabilizou o território da ocorrência de tremores e de uma nova queda do céu.

Para guardar os seus filhos e o local onde estavam os metais preciosos, Omama criou os espíritos xapiri, os protetores da vida e do equilíbrio entre todos os yanomamis.

Tempos depois, o grande criador foi na floresta, buscou a casca de uma árvore sagrada e produziu um pó que foi misturado com cinzas e com o pó de outras folhas secas e de raízes. Então, soprou o pó mágico no seu filho mais velho e proporcionou a ele a primeira experiência xamânica: a de ter visões dos xapiri.
Foi assim que o primeiro xamã aprendeu a chamar os espíritos e pedir para que dançassem e cantassem para ele, para trazer os ensinamentos de Omama.

A grande obra do criador estava finalizada e Omama se dirigiu ao seu povo:
– vocês viverão nesta floresta que criei. Comam os frutos das árvores, cacem animais para a alimentação. Abram roças para plantar bananeiras, mandioca e milho. Deem grandes festas. Convidem uns aos outros, de diferentes casas, cantem e ofereçam muitos alimentos aos seus convidados. Não deixem que os seres maléficos venham devorá-los. Afastem as fumaças das doenças. Protejamtambém a Morenta. Afastem o tempo encoberto e a escuridão. Seguremo chu
para que de nunca mais desabe.

Então o criador descansou e foi morar onde o caminho do sol sai debaixo da terra, para lá criar os homens brancos.

Os Yanomamis cresceram em harmonia com a natureza. Eles cantavam, faziam testas, eram generosos e falavam boas palavras uns para os outros, cararam, pintavam de corpos e de enfeitavam para dançar. Tudo o que havia sido ensinado a eles por Omarna foi sendo repassado de geração para geração. O ensinamento do uso do pó sagrado para entrar em contato com os espíritos
napir, também era repassado de vara para vara.

Mas, no outro lado do mundo, lá onde habitava o homem branco, as ondas avassaladoras das transformações banharam as trevas medievais. O Velho Mundo se reinventou sob a luz do Renascimento e das Grandes Navegações, ampliando os horizontes para além dos limites conhecidos.

Com espírito impregnado pela ganância, navegadores experientes aventureiros desafiaram a imensidão das grandes águas e se lançaram rumo ao desconhecido, o aportarem num Mundo Novo com natureza exuberante e povo ingênuo, não hesitaram em espalhar a morte, dizimando grandes Impérios e aniquilando culturas milenares, Buscavam pelo Eldorado, retratado pelos nativos como uma cidade fabulosa, toda de ouro e pedras preciosas. Nessa busca alucinada, adentraram por uma floresta impressionante e navegaram por um rio que, por SUA grandeza, mais parecia um oceano.

Atordoados e em delírio dourado, os navegadores se viram atacados por uma tribo composta apenas por mulheres guerreiras. Foram derrotados. E creditando terem encontrando em plena mata, a mitológica tribo das Amazonas, batizaram o rio com o nome dessas guerreiras.

O tempo passou e a erva daninha da civilização, não menos ambiciosa que os antigos navegadores, irrompou do litoral para o interior. Os homens brancos chegaram sorrateiros, outros montados sobre barulhentos monstros de ferro e aço, e invadiram as terras sagradas dos Yanomamis, levando a cruel destruição no coração da floresta.

Os invasores catequizaram os povos originários, escravizaram, mataram e espalharam doenças; envenenaram as águas e a terra; violentaram o solo para arrancar ouro, prata e pedras preciosas; feriram de morte a floresta, queimaram o manto verde exuberante e substituíram por pastagem para o gado; escancararam as porteiras em nome do lucro a qualquer custo.

Mas, hoje, a Académicos de Santa Cruz é a luz que nos guia pela imensidão da Amazônia e, clamando por preservação, faz do seu canto, uma flecha certeira para findar o pranto da devastação, rogando para que se manifeste a sabedoria do velho xamã para unir todos os guerreiros e guerreiras da tribo verde e branco para essa grande missão, Evocaremos os deuses das águas, do céu e das matas para cantarmos e dançarmos pela liberdade. E com a energia que emana de Omama, o deus
supremo dos Yanomamis, uniremos nossas vozes num ritual de alerta para que todos entendam definitivamente que as árvores são poemas que a terra escreve para o céu e que em seus troncos, os deuses fazem morada; que o verdadeiro Eldorado é verde, é o coração da floresta; que a maior riqueza da Amazônia é a sua diversidade e os conhecimentos guardados pelos povos nativos e ribeirinhos, reverberando a vibração dos sagrados espíritos xapiri, para celebrar a deusa Amazônia, senhora guardiá dos segredos da própria vida.

Depende de cada um de más, impedir que o céu desabe sobre toda a humanidade.

Ainda há tempo!

Cid Carvalho

Desfile

No Carnaval 2023, a Acadêmicos de Santa Cruz será a 15ª escola a se apresentar na sexta-feira, 24 de fevereiro, pela Série Prata, na Passarela Popular da Intendente Magalhães.

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