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Síndico do Sambódromo vive momento único e pede para se evitar aglomerações

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Ícone do Carnaval carioca, José Carlos Machine tem seu nome marcado pelo samba e pela capacidade de trabalhar pelo palco maior da grande festa no Rio de Janeiro. Ele é síndico do Sambódromo e Coordenador Geral dos Ensaios Técnicos. No entanto, com o cancelamento da folia, está vivendo um momento único em sua vida.

Machine conta que não tem qualquer lembrança de ficar longe do Carnaval. “Desde que me conheço por gente, nunca aconteceu. Fui passista e mestre-sala e ainda sou coreógrafo.” Ele espera não passar novamente por esta situação. “Só quando Jesus me chamar para ficar do lado dele. É muito ruim ficar longe da minha segunda casa.”

Não se trata de um exagero de Machine chamar o Sambódromo de sua segunda. Anualmente, ele se muda para o Setor 3 e vive cada momento do templo do samba entre novembro e maio, período do contrato entre a LIESA e a Riotur. Neste tempo, comanda a Equipe Machine. “Fazemos a coordenação e articulação da preparação da Passarela do Samba e dos ensaios. É uma equipe maravilhosa. Estamos sempre nos aperfeiçoando.”

José Carlos Machine. Foto: A. Pinto.

Síndico do Sambódromo, em casa

Este ano, porém, foi diferente. Machine conta como passou o período. “Muita angústia e agonia. É complicado ficar sem Carnaval, sem os ensaios. Ajudei campanhas como o Ritmo Solidário, o Bailado Solidário e da Associação de Passistas para passar o tempo. Graças à Deus, pela compreensão da LIESA, pela minha idade (64 anos), fui ao Sambódromo só nos fins de semana e, às vezes, à Cidade do Samba.”

Em casa, Machine descobriu novos afazeres e usou o tempo sem o trabalho no Carnaval para muitas tarefas. “Cuidei mais do meu cachorro, do meu quintal, que é grande. Estou criando galhinhas. Fiz obras, ações sociais. Visitei amigos.” A tecnologia também passou a fazer parte de sua vida. Ele criou um canal no YouTube e divulgou, entre outros vídeos, uma mensagem para que as pessoas se preservassem durante o período carnavalesco em 2021.

O síndico do Sambódromo lamentou a ausência de um convívio maior com outros sambistas neste de quarentena. “O que mais senti falta foi do calor humano dos componentes das escolas e da Equipe Machine, dos pedidos de ensaio para comissão de frente, casais de mestre-sala e porta-bandeira, bateria. Foi árduo, mas tudo vai passar.

Sem aglomerações

A imprudência da população, aliás, é o maior medo de Machine quanto à realização do Carnaval 2022. “O pessoal não está nem aí para a vida. Tem gente até ganhando dinheiro com aluguel de sítio, fazendo rave, festa … Quanto mais nos aglomerarmos, mais tempo levará para o vírus ir embora. Temos que evitar aglomeração, usar a máscara e evitar aglomeração.”

A esperança por uma festa maravilhosa, porém, está clara nas palavras de Machine. “Já temos prefeito sambista, temos a parceria LIESA e Riotur. O que falta é a gente se cuidar para termos um grande espetáculo no Carnaval 2022?”

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