São Paulo
Tom Maior vai brincar com o imaginário público do Anhembi em 2019
A Tom Maior pretende mexer com a cabeça do público do Anhembi em 2019. A escola anunciou na terça-feira, 15 de maio, que Penso. Logo existo. As interrogações do nosso imaginário na busco do inimaginável, do carnavalesco André Marins, será o enredo no próximo Carnaval.
Em seu primeiro trabalho autoral, o artista explicou que deseja brincar com o imaginário do público e que este entenda os porquês das coisas. Entre outras questões levantadas no enredo estão: De onde viemos? Para onde vamos Quem é Deus?
Sinopse
“No princípio Deus criou os céus e a terra”. Assim começa o Gênesis, base das três principais religiões monoteístas do mundo. E por ser a Terra sem forma e vazia, disse Deus: “Haja luz”, e houve a luz. Eis a mais famosa explicação do homem ocidental para a primeira pergunta: “De onde viemos?”. Qual a origem do universo? Em toda parte, em qualquer cultura, todos os povos se fizeram a mesma questão existencial. E as religiões, preocupadas em dar alívio aos seus fiéis, esforçavam-se em encontrar suas próprias respostas.
Adão, Eva, a Serpente e a Maçã. Figuras que povoam nosso imaginário mesmo que a Bíblia nunca tenha dito expressamente que ‘Maçã’ era o nome da fruta. O que se diz sobre ela é que aquele era o fruto do conhecimento. Buscaram eles, como Deus, “Ser conhecedores do bem e do mal”. Adão e Eva também estavam em busca de respostas e, como castigo, foram expulsos do paraíso em direção a um mundo repleto de muitas dúvidas.
A ciência, por sua vez, desvenda evidências do surgimento e evolução das espécies, planetas e o universo. A grande explosão no meio do cosmos, o Big Bang? O homem evoluindo do macaco, nas teorias de Darwin? Cientistas em busca de novas verdades e alívio para as almas sedentas de resposta: “De onde viemos?”.
Quem é Deus?
Diferentes civilizações revelam diferentes mitos. Personagens e histórias que ajudam a entender a existência do homem e o sentido da vida, além de preservar a memória histórica de cada povo. Muito além da criação do mundo, deuses, semi-deuses e outros seres míticos nos ajudam a explicar nossas próprias realidades. Seres imortais, mas por vezes falíveis, com características humanas, como amor, ira, ciúmes, inveja, caridade e traição. Virtudes e defeitos encontrados em seus panteões.
Para muitos povos, os Deuses eram figuras vívidas, heróis que habitavam o mundo material e influenciavam os rumos de nossas vidas. Para outros, seres supremos que nos explicam fatos políticos, econômicos e sociais. Personagens cujos feitos eram transmitidos principalmente através da tradição oral, explicando nossa relação com o mundo e nossa condição neste planeta.
Em cada canto do globo a pergunta foi feita, trazendo infinitas respostas. Existe Deus? Como ele é? Um ou muitos? Seriam todos manifestações de um mesmo ser, moradores de um Olimpo universal?
Como será o amanhã?
Pensando saber sua origem e a força de seu criador, o homem passa a buscar nos elementos da natureza a resposta para mais uma dúvida: “Posso prever e controlar meu destino?”.
Está no imaginário popular um mundo fantástico de possibilidades mágicas para responder esta pergunta. Fábulas e mitos habitam o mundo das coisas ocultas, os segredos que Deus guardou na natureza e o homem tenta revelar. Terá Ele nos dado poder através de plantas e ervas, que se misturam em fórmulas mágicas e poções do amor? Ciganas e cartomantes buscam nas linhas das mãos e no aleatório do baralho as respostas sobre nosso destino. Videntes e profetas olham as estrelas para encontrar o futuro.
Aí que surge a lua…
Esplendida e majestosa. Redonda como um disco de prata que o próprio criador arremessa na limpidez escura e grande no espaço. Seus reflexos influenciam os homens, as marés, a vida e inspira o amor. Cria em suas fases um fascínio maravilhoso e sem fim. A posição do astro no céu no momento que nascemos ou na hora em que cortamos o cabelo tem influência sobre nossas vidas?
Mas não é possível brincar com o destino e sair ileso. O medo do oculto é o custo de tanta ousadia. Será que o ‘bem’ ou o ‘mal’ não cobrarão o preço dessa insolência?
Também sou o criador?
O homem então passa a questionar todas as suas crenças, todos os seus limites e medos. Como na frase de René Descartes, “Penso, logo existo”, o homem percebe que a força de sua evolução está no questionamento. A ciência prospera no confronto com suas próprias bases, os dogmas de Deus e do homem.
Querendo transformar a realidade, o homem sai em busca da pedra filosofal. Estão chegando os alquimistas, grandes pensadores que misturam elementos de diversas ciências para transformar a realidade.
O que diria hoje o grande Leonardo Da Vinci sobre o sonho do homem poder voar? Ou a inquisição católica sobre o célebre matemático e astrônomo italiano Galileu Galilei? Albert Einstein e o novo pensamento da “relatividade”, mostrando que as ideias de espaços e tempos não são conceitos absolutos. São os questionamentos dessas mentes brilhantes que moveram o mundo e nos trouxeram ao conhecimento contemporâneo.
Existem perguntas sem resposta?
Mas a ciência não trouxe todas as respostas. A cada nova descoberta, outras duas perguntas surgem. No imaginário do homem, infinitas questões ainda fermentam e instigam. Fazem o homem seguir se questionando e navegar no seu imaginário em busca do inimaginável. Imaginar é sonhar acordado. E sonhar é questionar a realidade, confrontar o que se sabe com o universo do onírico.
O homem ainda se põe a pensar sobre o tempo e o espaço, as medidas de tudo. O mundo acabará um dia? Estamos sós no universo ou no meio de tantas estrelas, aquelas que podem apontar nosso destino, vivem outros seres ávidos por nos conhecerem? Seremos diferentes deles? Aliás, o que nos faz diferentes dos animais e dos nossos primos, macacos? Somos um amontoado de células, genes? Temos uma alma ou nosso corpo é tudo o que nos compõe?
E lá, no fundo do baú das perguntas sem resposta, a mais inquietante de todas: “Para onde vamos”? Haverá uma vida após a morte? Ultrapassada a última fronteira visível, o que nos espera no além?
Se todas as respostas levam a novas perguntas, a conclusão só pode ser uma: Nunca acabarão as questões. O homem seguirá, aqui e no além, se questionando e alimentando sua imaginação. Seguirá na busca do inimaginável. O filósofo e matemático desejava obter o conhecimento absoluto, irrefutável e inquestionável”.
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