Série Ouro
Unidos de Bangu abre inscrições para o concurso de samba-enredo
A Unidos de Bangu já colocou seus compositores para trabalhar. A escola anunciou que os poetas terão até o dia 29 de junho, às 22h, na sede da escola, na Piscina do Bangu, situada na Rua Francisco Real 1.445, para entregarem os sambas-enredos que disputarão o concurso que escolherá o hino da escola para 2019.
Os interessados poderão tirar suas dúvidas com a direção de Carnaval pelo e-mail: [email protected] ou pelo email da assessoria de imprensa: [email protected], ou ainda pelo telefone (21) 98359-0231. O enredo é Do ventre da Terra, raízes do mundo, que será desenvolvido pelos carnavalescos Edson Pereira e Alex Oliveira e a sinopse já foi divulgada.
Sinopse
Abrem-se os caminhos para a mais antiga da Zona Oeste,
nos quais, passo ante passo, a comunidade enaltece,
com a força, o suor e o sangue vermelho do Pavilhão,
as histórias de vitórias e devoção!
E nesse caminhar engajado e emocionado,
grita, Bangu, bem alto!
Ferve a Sapucaí hoje e sempre!
Entra forte na avenida com os Deuses à frente,
pois grandes raízes têm as mais fortes sementes!
O tapete da vitória, assim, se estende, e
com lágrimas de alegria,
louros e glória a toda tua gente!
Tapete estendido para a estória então,
Vêm os deuses coroar dando, à grande raiz, a criação!
Inti, o Deus Sol que tudo abrange, a ela concedeu energia!
Pacha Mama, com as mãos dedicadas à semeação,
ofereceu, à raiz, a força da vida:
nutriu-lhe de nutrição,
predestinou-a à satisfação.
Do alto da Cordilheira ao sul do mundo,
a qual tocava os céus,
desciam as raízes que, incessantes, alimentariam nobres reis e o povaréu!
Era a predestinação:
matar a fome nos quatro cantos de forma simples,
sem coroação,
mas carregado, o tubérculo, de força, sublime realização.
Sorrindo-lhe a bem-aventurança divina,
atravessou o mar com espanhóis para aportar na Europa.
Esparramou-se nos solos da terra de lá,
ofertando-se a raiz dos Incas ao antigo continente,
requinte de bondade andina com os esfomeados, coitados!
Boa fartura no lugar das revezes,
e a beleza das flores do tubérculo na lapela dos reis que a olhavam de soslaio.
Pois, sem lugar na Bíblia, primeiro causou dúvida e espanto;
o medo, a fome, contudo, suplantando!
Na dor das barrigas vazias, venceu, o tubérculo, o cansaço:
reis ordenaram sua plantação,
papas comiam-no, pela saúde, em oração,
e, enfim, a aceitação:
eis a raiz de um Novo em um Velho Mundo,
os pilares de toda refeição,
a base alimentar!
O mundo sonhando sem a dor da fome!
A raiz, potente, fazendo seu nome.
Sem interromper as teias do destino,
surgiram novos caminhos!
À época da vinda da Família Real,
aportou, a raiz, nesta terra indígena postulada por Cabral.
E, aqui, os deuses do alto da Cordilheira reviram seus irmãos da Floresta:
Sumé, sábio, recebeu a raiz parecida com a já conhecida por matar a fome dos seus,
Jetica, mais doce do que a nova trazida,
e a fartura das duas raízes, comungadas:
roças firmes para ambas em juntas moradas.
Velho e Novo mundos (re)unidos em plantação!
Pelas bandas de cá, as raízes estiveram e chegaram com a imigração.
O nobre feito de matar fome de um mundo inteiro dada
às mãos do trabalhador brasileiro,
aos seus pés rachados na terra dura sem esmero,
às enxadas firmes para manter a vida da raiz, para nós e por ela!
A força que vem do tubérculo usado para plantar ele próprio,
batendo forte, pelo sustento, o rijo ferro na mãe-terra!
Comam, pois, mundo inteiro!
Brasil, vocação para celeiro!
Finaliza, portanto, Bangu, teu canto
nesta festa animada,
saudando aquilo que, quando nasce, comem todos, e, dela, não sobra nada;
confraternizando com aquilo que, quando nasce, espalha rama pelo chão!
Eis, aqui hoje, querido pavilhão, a raiz que, convenhamos, precisa ser nomeada?
Pelo sim, pelo não,
está aí a homenagem:
um grande salve
à guerreira batata.
Carnavalesco: Alex Oliveira e Edson Pereira.
Assistente: Flávio Magalhães.
Pesquisa e Texto: Clark Mangabeira e Victor Marques.
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