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Intendente Magalhães

Cubango forma Comissão de Carnaval com Gabriel Haddad e Leonardo Bora

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A Acadêmicos do Cubango anunciou que o seu projeto para 2024 será desenvolvido por uma Comissão de Carnaval. A agremiação contará com Gabriel Haddad e Leonardo Bora, também carnavalescos da Acadêmicos do Grande Rio e que já trabalharam na verde e branco de Niterói, na coordenação do grupo, que terá ainda a pesquisadora Thayssa Menezes, o cenógrafo e figurinista Rafael Gonçalves, a figurinista Joana D’Arc Prosperi, o historiador da arte Theo Neves e as cenógrafas Jovanna Souza e Sophia Chueke.

A ideia de um coletivo de jovens artistas e pesquisadores foi da dupla de carnavalescos, conforme explicou Gabriel Hadda. “Nossa trajetória como carnavalescos começou em uma comissão de sete pessoas, na Mocidade Unida do Santa Marta, no último grupo da Intendente Magalhães, em 2013. Na época, o coletivo era liderado por Eduardo Gonçalves e foi uma grande oficina. Fazíamos um pouco de tudo e aprendemos, com isso, a lidar com diferentes frentes de pesquisa, criação, construção de alegorias e fantasias. Dez anos depois, nos vemos na posição de coordenadores de uma nova comissão, que reúne artistas incríveis e discursos potentes. Acreditamos na horizontalidade e na troca. Tudo precisa ser decidido coletivamente, sem hierarquias ou imposições. A comunidade cubanguense pode ter certeza que está tendo início um ciclo carnavalesco de muita criatividade!”

Cubango forma Comissão de Carnaval com Gabriel Haddad e Leonardo Bora

Foto: Vinicius Lima / Divulgação.

Trabalho coletivo

Um dos integrantes da comissão da Acadêmicos do Cubango, Rafael Gonçalves, participou com Haddad e Bora do grupo de 2013. Ele reforçou do trabalho coletivo. “Todo desfile é uma criação coletiva e a mistura de olhares é fundamental para que o resultado artístico final seja mais interessante. Também é muito importante ver que a comissão da Cubango expressa diferentes caras da Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ, onde eu me formei em Cenografia e Indumentária.”

Representantes da “nova geração” da EBA, Theo Neves, Sophia Chueke, Jovanna Souza e Joana D’Arc já trabalharam em outras escolas de samba, com destaque para a atuação no barracão da Grande Rio, durante a construção do Carnaval sobre Exu. Nesse trabalho, participaram da equipe que construiu a última alegoria do desfile (carro que recebeu o prêmio Fernando Pamplona, do júri do Estandarte de Ouro, devido ao uso de materiais recicláveis).

Jovanna Souza revelou a alegria de assinar um desfile na Série Prata. “Cada escola de samba tem a sua particularidade e todo processo de criação artística tem os seus próprios caminhos. Temos certeza que conseguiremos desenvolver um belo trabalho na Cubango, muito poderoso, honrando a tradição da escola.”

Fantasias e adereços

Theo Neves e Sophia Chueke já trabalharam nas duas frentes artísticas básicas de um barracão de escola de samba: fantasias e carros alegóricos. A experiência como coordenadores de equipes de reprodução de fantasias é algo destacado por ela. “Na universidade, atuamos em projetos grandes, como a montagem de óperas. Mas a montagem de um desfile de escola de samba é algo muito diferente, único. A experiência acumulada na Cidade do Samba certamente é um diferencial;”

Theo Neves, que estuda História da Arte, complementa o exposto por Sophia. “Atuar como aderecista e coordenador de equipes permitiu que conhecêssemos o dia a dia de um barracão, que é um universo de saberes. Queremos experimentar ao máximo, é essa a nossa forma de trabalho.”

Ancestralidade

Joana D’Arc Prosperi tem uma trajetória artística um pouco diferente. Ela já assinou desfiles como carnavalesca, no interior de Minas Gerais, e, no Carnaval 2023 da Grande Rio, participou do ateliê de Fantasias Especiais e Destaques da escola. Para ela, estar comissão da Cubango será um novo desafio. “Fazer Carnaval é um aprendizado constante. Cada um de nós conhece determinadas técnicas e modos de fazer, o que é muito rico. Há uma diversidade de experiências acumuladas, e isso é bonito e estimulante.”

Já Thayssa Menezes, que é pedagoga pela UFF, professora e pesquisadora de questões de gênero e étnico-raciais no contexto das escolas de samba (é idealizadora do projeto Mulheres Negras no Carnaval), reforçou a dimensão coletiva das escolas de samba, bem como a importância da integração com a comunidade. “Escola de samba é terreiro e ancestralidade. Ouvir os compositores e caminhar pelas memórias de fundadores e demais componentes é algo fundamental. A Cubango é uma escola de muito fundamento e isso estará presente no desfile de 2024.”

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