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Evandro Malandro: Ser intérprete principal da Grande Rio é a realização de um sonho

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A Acadêmicos do Grande Rio terá uma nova voz comandando seu carro de som na Sapucaí. O intérprete Evandro Malandro é o cantor principal da escola para 2019. Conhecedor da tricolor de Duque de Caxias, está na agremiação há 18 anos. Músico multi-instrumentista e craque com o microfone na mão, ele conversou com REVISTA CARNAVAL e contou sua trajetória desde Nova Friburgo, sua cidade natal, até o templo da folia carioca.

REVISTA CARNAVAL – Como você foi comunicado e reagiu à notícia de que seria o cantor oficial da Acadêmicos do Grande Rio?

Evandro Malandro – Eu estava com minha esposa num aniversário de uma grande amiga (Zoé) quando recebi uma ligação do Da Lua (diretor social) e consequentemente do Leandrinho. Logo foi marcada a reunião no barracão com os patronos Jaider Soares e Helinho e o presidente Milton Perácio. Muito emocionado, fui comunicado do posto de intérprete oficial.

RC – Quando o Emerson Dias deixou a Grande Rio, você imaginou que sua vez chegaria?

EM – Na verdade, tenho muito a agradecer ao Emerson pelos anos de experiência e por ser uma pessoa muito importante nesse meu alcance: uma realização de um sonho.

RC – O Emerson imprimiu sua marca na Grande Rio. Isto aumenta o seu desafio? Por que?

EM – Não, não … Eu vejo com muita naturalidade isso, até por estar muitos anos (18 anos) na escola. Se Papai do Céu permitir, vou mostrar a qualidade e musicalidade que tenho pra ser mais uma gota nessa nação caxiense apaixonada pela Grande Rio.

Evandro Malandro

Evandro Malandro com sua esposa, Andréa Dutra, no desfile da Acadêmicos do Cubango. Foto: A. Pinto.

RC – E o fato de chegar à cantor principal da Grande Rio em um ano em que todos estarão de olho na escola por conta do não-rebaixamento este ano?

EM – Acho que será mais um momento em que nossa escola mostrará o quão grande e merecedora de estar onde está ela é. E pra mim e todos os segmentos que chegam com seus novos defensores à frente, a chance de mostrar o porque conseguimos alcançar essa confiança.

RC – Qual a diferença de cantar na Série A e no Grupo Especial?

EM – A concretização de um sonho de um cara que saiu de Nova Friburgo e chegou ao Rio de Janeiro sem passar por cima de ninguém, com muito (muito mesmo) suor, trabalho e preparação. Sou muito grato a todas as escolas por onde passei até chegar onde cheguei.

RC – Há muitos talentos aptos ao Grupo Especial cantando na Série A?

EM – Com certeza, até porque é muito difícil ser cantor do acesso. Todas as provas são em cima do acesso. Ficava muito feliz quando um presidente do Especial contratava um cantor do acesso. O empenho e preparação pra gente chegar ao Especial são muito árduo e em certas escolas a estrutura pra se montar um bom trabalho é quase impossível. Os presidentes ajudam e muito, mas as condições até pra eles são complicadas.

RC – O que mais contribui na formação de um cantor para o Grupo Especial: ser apoio ou cantar na Série A?

EM – Os dois. Sendo apoio no Especial ou no acesso, a gente adquiri a experiência de como conduzir um trabalho. Seja propriamente cantando ou condUzindo o seu carro de som. Sendo cantor da Série A, a gente coloca em prática toda aquela experiência adquirida pra exercer o trabalho .

Evandro Malandro

Com Diego Nicolau, na Renascer de Jacarepaguá. Foto: Thales Dias / Divulgação.

RC – Depois de um período de sucesso junto com o Diego Nicolau na Renascer de Jacarepaguá, você ficou apenas um ano na Acadêmicos do Cubango. No entanto, em um ano de muita importância para a escola de Niterói. Como foi sair de lá neste momento? Foi consultado para indicar um substituto?

EM – Minha passagem pela Renascer foi muito bonita e vitoriosa, agradeço muito ao presidente Salomão. Diego Nicolau é além de um super profissional, um irmão que carrego com muito carinho no meu coração. Aprendemos muito um com o outro .  A Cubango foi a escola que tive a oportunidade de fazer um trabalho solo com algumas apostas que deram muito certo e foi muito consagrado tanto pra escola como pra mim. Um trabalho que teve o aval do presidente Belisário e que meu carro de som acreditou e me ajudou muito pra que desse certo. Fiz uma amizade muito bacana com o presidente e deixei dois nomes de pessoas que confio e gosto muito pro meu antigo posto.

RC – Como foi seu início em Friburgo?

EM – Por ser músico multi-instrumentista e ligado ao samba, já fiz parte de muitos grupos de pagode com varias funções (alguns com músicas consagradas e trabalhos fora do estado), com isso não foi difícil meu acesso ao samba-enredo, meu forte . Sou muito grato a todas as escolas de Friburgo. Passei por várias escolas que em meio a ser intérprete, compositor e diretor musical , cheguei à Unidos da Saudade, escola que me deu oportunidade e notoriedade de ser intérprete oficial em São Paulo e aí já vem a parte fora da Serra.

RC – Como chegou ao Rio de Janeiro?

EM – Então, com minha trajetória já no samba de Friburgo, teve uma pessoa primordial que me levou ao Rio de Janeiro e me apresentou ao Carnaval Carioca: Jeferson Lima, compositor renomado carioca. Com ele, comecei defendendo sambas na Imperatriz Leopoldinense, como cavaco, depois como apoio e até cheguei a ser o “cara”, gravando a faixa da eliminatória. Depois dele, passei a conhecer alguns nomes que me deram sambas e trabalhos importantíssimos pra minha carreira, entre eles citando os de lá de trás, os primeiros: André Diniz, Claudio Russo, Arlindo Cruz, Claudemir, entre tantos compositores que me ajudaram.

RC – Como foi sua trajetória no Carnaval do Rio ? 

EM – Graças a Deus, com muito orgulho, posso dizer que só trabalhei com ótimas pessoas. Passei por Renascer, Porto da Pedra e Viradouro. Defendi vários sambas que se consagraram pelo Rio na Viradouro, Porto da Pedra, Caprichosos, Bangu, Unidos da Tijuca, Salgueiro, Beija-Flor, Tuiuti, São Clemente, Império Serrano , Imperatriz e Vila Isabel.

RC – E o Carnaval de São Paulo? É diferente cantar na Terra da Garoa?

EM – Basicamente são nos mesmos moldes do Rio. Particularmente, fiquei muito feliz em ver a paixão que o sambista tem por sua escola do coração. É algo de sagrado e de muito respeito quando um pavilhão de outra escola visita uma quadra.

RC – Quais são seus ídolos no Carnaval?

EM – Mestre Jamelão e mestre Dominguinhos

RC – Qual seu maior sonho no Carnaval?

 EM – Acabei de conquistar e com ele mostrar meu valor e que tenho condições e preparo suficiente pra seguir minha carreira em meio a tantos renomados nomes do Carnaval. Agora, perdoe a modéstia: ser campeão do Carnaval e Estandarte de Ouro.

RC – Algum outro sambista na família?

EM – Sim sim. Tenho um irmão (Wolgrand) que além de pagodeiro nato já foi diretor de bateria, é percussionista geral e cantor. Outros dois que tenho são do Muay Thai, sendo um campeão estadual, sul-americano e recentemente campeão de um torneio na Tailândia.

RC – Como é o Evandro fora do Carnaval? O que gosta de fazer?

EM – Sou amante da boa música. Adoro ouvir R&B antigo, amo um bom MPB , gosto muito de música erudita. Recentemente, faço um curso na UNI-Rio ( Escola Portátil de Música) de 7 Cordas. Ou seja, nas horas vagas: música!

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