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Intendente Magalhães

Lins Imperial empossa diretoria e anuncia homenagem a Bezerra da Silva

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O feriado foi de muita festa na quadra da Lins Imperial. A escola realizou seu tradicional Baile das Rosas, quando deu posse à nova diretoria e anunciou seu enredo para o Carnaval 2019. A agremiação verde e rosa apresentará Malandro é malandro – Bezerra é da Silva, em homenagem ao cantor e compositor.

O evento contou com apresentação do carnavalesco e multimídia Milton Cunha e com a presença de personalidades do Carnaval, como o deputado estadual e presidente da Estação Primeira, Chiquinho da Mangueira. Grupos de pagode animaram a tarde festiva em que o presidente Flávio Mello e o vice Jorge Torresmo tomaram posse.

Vida

Enredo da Lins Imperial, José Bezerra da Silva faleceu aos 77 anos em 2005. Era Pernambucano e veio para o Rio de Janeiro depois de ser expulso da Marinha Mercante. Trabalhou na construção civil e se encontrou na música. Mas a boemia e a malandragem a levaram a algumas detenções, ao desemprego e a se tornar morador de rua, quando chegou a ser morador de rua.

Bezerra da Silva retomou sua vida como músico e compositor depois de ser acolhido em um terreiro de umbanda. Gravou 28 álbuns e vendeu três milhões de cópias. Suas obras lhes renderam 11 discos de ouro três de platina e um de platina duplo. Jamais se distanciou das dificuldades que enfrentou cantando os problemas sociais das favelas. No final da vida, se converteu ao cristianismo e deixou gravado um CD lançado após sua morte intitulado Caminhos de Luz.

A Lins Imperial será a terceira escola a desfilar na Passarela Popular da Intendente Magalhães na terça-feira do Carnaval 2019. A verde e rosa disputa a Série B.

Logo Lins Imperial

Enredo

Malandro é malandro, Bezerra é da Silva

Carnavalesco: Guto Carrilho

Pesquisa e Texto: Mauro Sergio Farias, Raphael Homem

De manhã, antes de o galo cantar no Cantagalo eu já tou de pé para mais um dia.

Eu levanto como que num susto e vejo na laje aquela linha que separa a cidade.

Por mais que eu não queira ver, existe uma linha imaginária repleta de concretude que divide os que tem o poder da fala e os que não podem ter voz.

Do lá de lá os direitos. Do lado de cá o flagrante, o inquérito e o rapa.

Essa desigualdade alimentada todos os dias está refletida em quem eu sou, no que sou.

Eu tive o meu destino traçado por mim e orientado pelas minhas forças ancestrais.

Trabalhei com obra, morei na rua.

Subi e desci o morro.

Ah, se não fosse o samba eu não estaria aqui.

Com o dia raiando, morro minha vida.

Cada passo vira um drible nas crianças que começam a tomar as vielas.

O cheiro do almoço que já começa a ser preparado invade as narinas e eu vou sendo guiado em direção ao bar, ponto-de-encontro da malandragem.

Peço meu pingado e como se tivesse marcado, encontro os meus parceiros cada um seguindo o seu fluxo.

Malandro de verdade é trabalhador.

São produto do morro.

Para o que não vejo, meus parceiros são os meus olhos.

Para o que precisam dizer, eu sou o porta-voz deles.

Isso é o Brasil e é isso que eu canto.

Digo cantando aquilo que caso tivesse oportunidade eu diria falando.

E a cada pingada do meu pingado são vidas que passam a minha frente.

Eu já vi de tudo. Desde Pai Véio 171 até pastor trambiqueiro.

Do malandro que tem que lidar com a nega e com a sogra e que às vezes é feito de televisão, quando a nega resolve lhe adornar com um par de antenas-chifres.

Coisa do amor. Aliás não aguento quando ouço essas coisas de fazer amor. Espero até hoje alguém me dizer onde é a fábrica.

Continuo descendo e logo apontam para mim.

Esse aí é que é o homem.

Como que um código de reconhecimento.

Mal sabe ele que eu sei que ele é o rei dos cheques sem fundo.

Aplico a Lei de Murici.

Cada um sabe por aquilo que lhe convém, cada um sabe de si.

Já vi bandido metido a bicho-solto miando na hora do sapeca-ia-iá.

Dando com a língua nos dentes.

Essa é a diferença do malandro pro otário.

Malandro é malandro e mané é mané!

Alô malandragem, maloca o flagrante, fica na atividade.

Tu sabe que o pai da em cana-dura.

Ah me perdoem pela falta de gentileza.

Muito prazer o meu nome é BEZERRA DA SILVA!

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