Série Ouro

Veja fantasias do Arranco para o Carnaval 2024

Publicado

6 meses atrás

10 de novembro de 2023

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O Arranco do Engenho de Dentro apresentou três fantasias que levará para a Sapucaí na disputa do Carnaval 2024. A agremiação também divulgou o significado de cada figurino.

Fantasias

Ser carnavalesco é criar fantasia em meio aos caminhos da dita realidade. Não acredito na ideia de que as maiores artes surgem nos momentos difíceis. É a partir dessa crença que a minha jornada se faz como uma busca pela subversão desse pensamento, procurando inspiração em outras leituras de realidade, que me emocionam e alegram. A arte me dá força para viver a realidade de cada dia. O Instituto Nise da Silveira tem me inspirado a cada dia mais. A arte salva e juntos seremos “Rebeldes pelo Afeto” em um cortejo de reimaginação no carnaval do Arranco do Engenho de Dentro.

Foto: Kelly Malheiros / Divulgação.

Ao final de sua visita pelo Instituto na atualidade, Nise encontra uma turma fantasiada de bate-bola, pronta para curtir mais um carnaval pelas ruas do Engenho de Dentro. A doutora fica feliz, pois acredita que “muitas vezes, deve-se recorrer às atividades lúdicas, que proporcionem satisfação imediata. E o esporte é visto, desta forma, como uma transição entre a brincadeira e o trabalho”. As bolas das oficinas esportivas transformam-se em adereços para a celebração do “Loucura”. Desde 2003, o ponto de cultura e bloco Loucura Suburbana é um projeto que visa o exercício da felicidade e a reimaginação da loucura pela festa, pela folia, pelo carnaval. Quando o Instituto ainda era um hospital psiquiátrico, o ato de levar os internos para as ruas do bairro no carnaval era um modo de aproximá-los da população e de combater preconceitos e imagens arcaicas da saúde mental. Hoje, com o fim do manicômio, o Loucura Suburbana segue na missão de promover o afeto e a socialização como formas humanizadas de cuidar do corpo e da mente. No carnaval, podemos materializar desejos, sonhos, fantasias e novos mundos.

Foto: Kelly Malheiros / Divulgação.

Pelas ruas do Instituto, Nise encontra diversos gatinhos que recebem cuidados dos funcionários e usuários dos dispositivos. Esse é um legado deixado por ela, a responsável por implementar no local o inovador método de tratamento com animais de estimação, considerados como “coterapeutas”. Nise era apaixonada por gatos e foi enfática ao dizer que “desprezo as pessoas que se julgam superiores aos animais. Os animais têm a sabedoria da natureza. Eu gostaria de ser como o gato: quando não se quer saber de uma pessoa, levanta a cauda e sai. Não tem papo”. Amante dos animais, a doutora mostrou que a troca afetiva com eles auxilia no desenvolvimento de relações e na reabertura do sujeito para a constituição de uma realidade em comunidade.